segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desaniversário

Esse é um texto que escrevi no sábado de manhã. Dia do meu aniversário. Então não quis mudar o tempo verbal do texto por preguiça, então... que se dane. Leiam essa merda.
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Hoje é o dia que nasci. Não hoje exatamente. Mas hoje à 22 anos atrás. Há 22 anos eu tento compreender qual a lógica de alguém me dar parabéns nesse dia.

Fazer aniversário significa que estou ficando um ano mais velho, ou seja, eu tenho um ano a menos de vida.
Percebam: EU ESTOU MORRENDO! Seria mais lógico e sensato me dar os pêsames.

- É seu aniversário hoje? Meus pêsames. Você tem uma ano a menos de vida.

- Opa! 22 anos, hein? Meus pêsames. Mais 27 anos e seu pau não sobe mais sem ajuda de remédios!

- Oi queridão, é seu aniversário! Que pena. Seja forte! O dia vai passar rápido.

É como se fôssemos uma bomba atômica. A Vida é o cara da torre de comando que se encarrega de fazer
a contagem regressiva. O aniversário seria cada número da contagem: 5... 4... 3... 2... 1... BOOM!

- É seu aniversário, e aí? Vai ter festa?
- Pra comemorar o quê?
- O seu aniversário!
- Por quê?
- Porque é o dia que nasceu!
- Quer comemorar o dia que eu nasci? Vamos pegar o DeLorean do Doc. Brown e voltar pra 1989. Hoje não dá pra comemorar o dia que nasci. Dá pra comemorar o dia que estou morrendo. Quer comemorar isso? Você é sádico por acaso?
- Você é pessimista demais.
- É meio dificil ser otimista quando se está morrendo.

Me dá vergonha receber parabéns por fazer aniversário. É constragedor você receber créditos por algo que não tem culpa.

- Aeee... parabéns!
- Por quê?
- Porque é seu aniversário!
- Eu sei, mas isso não é culpa minha. Dá parabéns para minha mãe. Ela que me fez nessa data.

Quer dar alguma coisa no meu aniversário, me dê presentes. Os presentes pode amenizar a dor de estar morrendo.
Presentes eu uso pra alguma coisa. E Parabéns? Eu uso pra quê?

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